Muitas das ideias que temos hoje em dia sobre
treinamento na natação, vêm do atletismo e, não é raro compararmos provas da
natação com as realizadas na pista, não com a mesma metragem, mas com o mesmo
tempo de realização.
Porém, não é preciso ser nenhum gênio para
saber que os meios não são iguais, ou seja, há muito mais resistência num
deslocamento na água, do que no ar. A densidade da água é aproximadamente 800
vezes maior que a do ar (998,2 versus 1,205 kg/m a 20°C e 70
mmHg).
Por isso, uma das melhores maneiras, senão a
melhor, de se deslocar com mais velocidade no meio aquático é diminuindo-se o
arrasto (já falamos sobre os tipos de arrasto aqui no blog), ou seja, melhorando
a técnica do nadador.
Além da maior densidade da água, outro problema
encontrado pelos atletas para se deslocarem no meio líquido é a grande
quantidade de energia transferida para a água durante a realização do movimento.
Diferentemente das atividades terrestres, em que o impulso é realizado contra a
terra, que não pode ser acelerada, durante a natação, a propulsão é feita contra
a água, a qual pode sofrer aceleração. Isto faz com que parte da energia é
utilizada para movimentar a água para trás em vez de impulsionar o nadador para
a frente. Estes fatores fazem da natação uma atividade que gera elevado custo
energético de deslocamento e velocidades máximas bem reduzidas.
Por isso, a habilidade do nado é um dos fatores
mais importantes do rendimento, já que permite uma considerável diminuição da
resistência e um aumento da velocidade de propulsão.
Vejo, em muitos lugares, um excesso de
preocupação nos trabalhos metabólicos e nos volumes de treinamento, mas pouco
tempo dedicado à melhoria técnica, principalmente nas categorias de base.
Podemos e devemos inverter esta curva, se queremos formar nadadores mais
velozes.
Até mais.
Fonte de consulta para este artigo: Aspectos
Fisiológicos e Técnicos da Natação - Camila Coelho Greco - editora Guanabara
Koogan.
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