sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Não morra na praia

A natação sempre foi considerada completa e, mais do que isso, importante para sua segurança. Não à toa, mães mandam seus bebês para a piscina aos 6 meses – não exatamente para que se tornem campeões olímpicos, e sim para que as deixem curtir a praia sem preocupação enquanto os pirralhos se divertem na água.
Mesmo assim, nas últimas décadas ela foi perdendo espaço para a corrida e para a bike. Isso porque, de um lado, você precisa de uma piscina, o que a torna mais inconveniente do que um esporte que requer apenas um trecho de caminho desimpedido. Outro problema é as pessoas acharem que uma atividade que não produz suor não possa ser um treino de verdade. “A natação promove grande queima calórica. Você não percebe a transpiração, porque está dentro da água. Continua sendo um exercício completo, que trabalha todo o corpo”, diz o professor Marcelo Lopes, coordenador de natação da Academia Competition, de São Paulo.
Mas um fenômeno orelhudo, oito medalhas de ouro e mais de 30 recordes quebrados, andou agitando as águas novamente. Graças a seu desempenho, Michael Phelps superou o tubarão do Spielberg como a criatura mais faminta da água. E com seus triunfos, aos 24 anos de idade, ele fez algo mais incrível até do que estabelecer o novo recorde em medalhas de ouro olímpicas: ele deu à natação um ganho de moral que não havia desde os anos 70, quando Mark Spitz tornou esse esporte sexy. Outro que vem fazendo o esporte emergir é o brasileiro Cesar Cielo – ouro olímpico nos 50 metros livre e recorde mundial nos 100 metros livre.
Certamente hoje eles inspiram multidões de homens dos 8 aos 80 anos, que se dirigem às piscinas para manter a boa forma. Mas o melhor mesmo são as novas e tentadoras descobertas, sugerindo que nadar pode ser um antídoto contra o envelhecimento. Ela proporciona um ótimo treino de corpo inteiro, diz Mel Goldstein, ex-treinador da Natação Masters dos Estados Unidos (USMS, sigla em inglês para United States Masters Swimming), órgão do governo cujo programa YMCA Indy SwimFit, em Indianápolis, tornou- se modelo de boa forma pela natação para adultos em todo o país. Ele explica que a ação de puxar a água na natação recruta músculos não apenas do braço e dos ombros, mas também da parte superior das costas e do peito – e trabalha todos eles em uma grande variedade de movimentos. Ao mesmo tempo, as pernadas fortalecem os músculos das pernas, quadris e virilha.
Mas, embora as extremidades superiores e inferiores sejam os meios mais visíveis de propulsão, elas não nos levariam muito longe sem a ajuda dos músculos do meio, isto é, nosso núcleo – abdominais, oblíquos e lombares. Nos últimos anos, os cientistas descobriram que a força desse núcleo e a rotação do tronco que ela gera são a chave do poder do nadador na água. Além de proporcionar a você aquele corpaço, nadar também influencia nos níveis microscópicos da sua função muscular. Ou seja, seu visual sarado abriga uma incrível variedade de fibras musculares. Em uma ponta do espectro estão as fibras “de contração lenta”, associadas com a resistência aeróbica. Na outra ponta estão as fibras “de puxada rápida”, responsáveis pelas explosões anaeróbicas de velocidade e força.
Para a maioria dos homens, a escolha da atividade restringe os tipos de fibra que recebem mais atenção. Corredores tendem a treinar para distâncias mais longas em ritmo relativamente moderado. Isso é ótimo para resistência, mas não tão bom para sprints de velocidade. Levantadores de peso, por outro lado, devotam esforços ao ganho de massa magra, mas geralmente dão pouca atenção à resistência cardiovascular.
Os nadadores não têm que escolher. A maioria faz bastante trabalho aeróbico – nadando de 1,5 a 3 quilômetros sem parar. Mas também se propõem desafios anaeróbicos frequentes, fazendo fortes séries de sprints de média distância. Conforme as distâncias diminuem, o esforço aumenta – junto com a quantidade de descanso entre as largadas. Um treino forte, executado corretamente, é tão eficaz quanto pesos pesados para exaurir os músculos. “O músculo não sabe se você está trabalhando em um aparelho sofisticado de academia ou tem apenas água à sua frente”, diz David Costill, diretor-fundador do laboratório de desempenho humano da Universidade de Ball State, nos EUA.
“Ele só sabe que está sendo sobrecarregado.” Portanto, treinar natação regularmente é eficaz não apenas para o ganho e manutenção da massa muscular mas também um exercício completo para toda a vida.
Em um estudo da Universidade de Indiana, nos EUA, Joel Stager, professor de cinesiologia
(ciência que tem como enfoque a análise dos movimentos humanos), comparou 172 competidores da USMS com idades entre 21 e 88 anos a uma amostragem de não nadadores das mesmas idades. Em todos os casos, os nadadores tiveram maior proporção de massa muscular. “Nadar pode não deixá-lo tão volumoso quanto o levantamento de pesos pesados, mas se o seu treinamento incluir trabalho aeróbico, sprints e algumas braçadas diferentes, ele fará um ótimo trabalho na construção de um corpo musculoso por inteiro”, diz Stager.
Uma área em que o valor da natação já foi questionado é seu impacto no peso corporal. Alguns especialistas teorizam, por exemplo, que a imersão em água fria faz o corpo acumular gordura para fins de isolamento térmico. “A única forma de isso acontecer seria a água estar fria o suficiente para ativar uma queda significativa na temperatura do corpo”, diz Stager. Mas você precisaria treinar no Oceano Ártico. Outra alegação: como a água elimina em grande medida a gravidade, nadar não queima calorias tão eficazmente quanto os esportes em que há impacto. “Essa é outra coisa em que não acredito”, diz Stager.
Motivo: a água é quase 800 vezes mais densa do que o ar, o que significa que as forças de atrito, de importância desprezível para corredores, ganham peso tremendo para nadadores. O professor de Indiana acredita que a chave para perder peso por meio da natação é desenvolver técnica o suficiente para não ter que parar prematuramente – e, depois, se esforçar mais e por mais tempo conforme cresça a eficiência. Em termos de balança, o estudo de Stager com nadadores masters mostra-os como sendo mais pesados do que os não nadadores da mesma idade, com uma diferença média de 3,5 quilos. Mais importante, porém, foram a distribuição e a composição desses quilos. Apesar do peso maior, as cinturas e os quadris dos nadadores tinham, em média, 5 centímetros a menos do que os dos não nadadores, e sua massa muscular significativamente maior dizia que sua “desvantagem” de peso geral era, na verdade, um benefício.
Dados de uma pesquisa ainda em curso, a National Health Interview Survey (Pesquisa Nacional de Saúde), nos EUA, apontam que adultos sofreram 2,5 milhões de lesões esportivas em 2007. À medida que chegamos e passamos dos 30 anos, o ganho de peso e a perda de flexibilidade nas articulações nos deixam ainda mais vulneráveis. Os exercícios podem ser um grande remédio – a menos que estejamos machucados demais para fazê-los.
Uma das maiores vantagens da natação sobre os outros esportes pode ser sua sustentabilidade a longo prazo. “Se você gasta muito tempo se reabilitando de lesões, sua consistência de treino não chega perto da dos nadadores”, diz Phil Whiten, diretor da Escola de Natação para Treinadores Associados da América. “Na natação, a taxa de contusões é menor do que 5%”.
É claro que os nadadores não são intocáveis. “Ombro de nadador” e “joelho de nadador” são expressões familiares no léxico ortopédico. Mas tais condições podem ser, em sua maioria, reparadas com o refino da técnica das braçadas e com exercícios para corrigir desequilíbrios entre os músculos. “Chamados de exercícios educativos, antes só realizados por atletas profissionais, eles são realizados antes dos treinos e ajudam a educar a posição do nado, prevenindo lesões”, diz Marcelo Lopes, da Academia Competition.
Sustentando o peso do corpo, a água neutraliza em grande parte a gravidade e o enorme trauma crônico e cumulativo do choque das juntas contra o chão. O típico maratonista na faixa dos 30 anos pode se imaginar correndo sem parar até a velhice, mas as estatísticas sugerem o contrário. Embora o número geral de corredores esteja aumentando, a idade média deles não está: apenas 12% dos homens que terminam maratonas têm 55 anos ou mais, e apenas 2% têm 65 anos ou mais. Compare isso com os mais recentes campeonatos mundiais de natação na categoria masters, realizados na Universidade de Stanford. Dos 1 822 homens que competiam, 33% tinham mais do que 55 anos – e 2% tinham mais do que 80 anos. Em sua carreira de _ siologista, David Costill, da Universidade Ball State, ajudou a descobrir muitas das adaptações fisiológicas do corpo humano ao treinamento. Fora do laboratório, ele tentou pôr em prática o que havia descoberto. Descrevendo-se como “nadador mediano” na faculdade, Costill trocou a água pela corrida após se formar, e competiu em maratonas até seus joelhos se esgotarem, aos 47 anos. E então ele voltou para a piscina.
A boa notícia: rapidamente redescobriu como a água é capaz de perdoar. Seus joelhos não doíam mais. Ele conseguia nadar com vigor e por tempo suficientes para elevar sua frequência cardíaca até a zona de queima de gordura, com todos os benefícios do alívio do estresse da corrida. A má notícia: comparando a natação com seus treinos de maratona, não achou a malhação inspiradora. Eis que entra em cena James ‘Doc’ Counsilman, lendário treinador de natação da Universidade de Indiana, que o convenceu a competir em uma prova de masters em Bloomington, nos EUA. “Sempre disse que, se eu treinasse apenas pela boa forma, provavelmente não treinaria, pois não há motivação suficiente”, reconhece. Em pouco tempo, ele estava nadando mais rápido com mais de 40 anos do que nos tempos de faculdade – e continuou até estabelecer recordes nacionais em sua faixa etária.
Os vários aspectos da natação que desafiam a idade motivaram alguns cientistas a levantar uma questão tentadora: pode o vício pela vida aquática ajudar os homens a barrar a senhora da foice? No verão passado, pesquisadores da Universidade da Carolina do Sul, nos EUA, publicaram um estudo que parece dizer sim. Steven Blair, doutor em educação física, fisiologista do exercício e ex-chefe do Instituto Cooper, nos EUA, analisou os padrões de saúde e atividade de cerca de 40 mil homens, entre 1971 e 2003. Ao longo dos anos, muitos desses homens faziam caminhada como sua principal forma de exercício. Outros permaneceram corredores convictos, enquanto outros, ainda, nadavam. Quase 40% relataram não fazer exercício algum.
Após ajustes de idade, tabagismo e histórico familiar de doenças cardíacas, os pesquisadores descobriram que, durante 32 anos, os nadadores regulares tinham 53% menos probabilidade de morrer por quaisquer causas do que seus colegas sedentários. Mas o que deixou Blair atônito foi a aparente vantagem da natação sobre a corrida: nadadores tinham 49% menos chances de morrer de quaisquer causas.
“Os nadadores tinham a menor taxa de mortalidade”, diz Blair. Corredor de longa data, ele ressalva que é preciso mais pesquisas para confirmar resultados e determinar o que é isso, se é que existe, que torna a natação tão única. Dos baixos índices de lesões que encorajam um treino consistente aos efeitos suavizantes da água sobre o calor gerado pelas contrações musculares e à flexibilidade que o esporte dá, não faltam vantagens a ser investigadas. Joel Stager, da Universidade de Indiana, também defende ser algo único desse esporte a causa da vitalidade dos nadadores que ele estuda: pode não existir uma fonte da juventude, mas ele está convencido de que algo próximo disso existe nas piscinas de todo o mundo.

Leve o treino de natação da piscina para o mar aberto

Aprenda os truques para vencer as ondas e insegurança das travessias


Nado em mar aberto (Foto: Divulgação/Latinstock)

Dar umas braçadas na piscina é ótimo, mas encarar uma travessia no mar, rio ou represa é para os fortes. O diretor técnico da Seleção Brasileira de Natação em Águas Abertas, Igor de Souza, atravessou a nado o Canal da Mancha e afirma: “Em águas abertas você não vê o fundo, perde o direcionamento, fica inseguro com a distância, os animais, as ondas, a correnteza e se pergunta: ‘Será que vou conseguir voltar?’”. A boa notícia é que, com o preparo físico e psicológico adequados e as dicas certas, é possível.

Passo 1 - Feche os olhos
Uma das maiores dificuldades de quem começa a nadar em águas abertas é ir de um ponto ao outro sem sair do percurso. “Na piscina, nade com os olhos fechados para perceber se está fazendo mais força com um lado do corpo que com o outro e corrija os movimentos com exercícios educativos”, diz Souza. Um bom treino é manter um dos braços parado à frente da cabeça e dar braçadas apenas com o outro.
Passo 2 - Respire para os dois ladosVocê pode ter mais facilidade para respirar pelo lado direito do rosto, mas precisa aprender a respirar dos dois de forma eficiente. “A pessoa pode ser surpreendida por ventos e ondas que prejudiquem a respiração de um lado do rosto”, explica. Por isso, reserve uma parte do treino para o nado 3X1 (três braçadas para uma respiração) e a respiração frontal.
Passo 3 - Tire o pé do chãoNadar dois quilômetros na piscina não significa que você conseguirá fazer a mesma distância no mar. “Na piscina você se apoia na borda, coloca o pé no chão, faz virada olímpica, ganha impulso, isso tudo quebra a continuidade.” Além disso, em águas abertas você sofrerá com a influência de ondas, correnteza, vento, entre outros fatores externos. Portanto, se pretende nadar um quilômetro no mar, faça isso só depois que conseguir nadar dois, sem pausas, na piscina. Nadar preso a um elástico também funciona como treino.
Treine desta forma para corrigir sua orientação (Foto: GQ Brasil)
 
Passo 4 - Identifique o local“A maioria dos nadadores que se arrisca em uma prova de travessia sem preparo desiste nas
primeiras braçadas, por medo da distância, insegurança, entre outros motivos.” Portanto, faça treinos no local da prova com antecedência e com segurança. Peça para alguém acompanhar
com uma prancha ou barco e trabalhe o fator psicológico. “Nadar no mar ou represa é como andar no escuro, é preciso se adaptar ao ambiente para superar o medo.” Portanto, se pergunte de onde vem seu medo e avalie se existe justificativa.
 
Exercício-chave para nado em mar aberto (Foto: GQ Brasil)
 
Exercício-chave
Um movimento essencial para quem pretende ir além da piscina é o nado polo, semelhante ao dos jogadores da modalidade. Faça o nado crawl, mas mantenha a cabeça e o tronco fora da água. a postura ajuda a fortalecer braços e peito e acostuma o corpo ao movimento que você terá de fazer na travessia durante o percurso para enxergar as boias que delimitam o trajeto.
 
 
 

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Ganhe força na água

Mergulhe neste treino para melhorar sua definição muscular e sua potência na hora de praticar outros esportes
 
Deseja aumentar sua força? Então vá para dentro da piscina. Antes de fazer cara feia, imaginando uma aula de hidroginástica com a turma da terceira idade, saiba que, diferentemente do senso comum, as atividades na água não se restringem a exercícios aeróbicos. É possível desenvolver potência, força explosiva e ganhar músculos tirando proveito do trabalho que a água exerce sobre seu corpo. Acha pouco? Pois essa força que faz você se sentir mais leve quando caminha para a parte funda da piscina é a mesma que sustenta as toneladas de um navio e vem sendo usada no treinamento de nadadores profissionais.
A resistência que sentimos na água, cuja densidade é maior que o ar, ocorre pela ação de duas variáveis comuns do meio líquido: o empuxo, que atua de baixo para cima, e a pressão hidrostática, que é lateral. “Sozinhas elas não são significativas para promover potência e hipertrofia, mas quando usamos acessórios flutuadores e resistíveis intensificamos o poder dessa dupla, obtendo a sobrecarga necessária para nosso objetivo. Com criatividade e conhecimento, é possível criar exercícios que tiram melhor proveito disso”, explica William Urizzi de Lima, professor de pós-graduação em educação física. E ele sabe do que está falando. Já foi técnico da seleção brasileira de natação por 24 anos, preparando estrelas como Gustavo Borges e Fernando Scherer. Agora se dedica a pesquisar mais o treinamento de força na água. Urizzi de Lima é o autor destes exercícios a seguir, que você pode fazer na piscina da sua casa.
 
“Mesmo fazendo musculação. Complementava minha preparação com treinos de força na água pelo menos três vezes por semana. Isso me dava a potência e a explosão que precisava nos movimentos para as competições de alto nível, além de ajudar a transformar parte da gordura em músculo e de aumentar a produção de testosterona. É um trabalho muito maior de definição muscular do que a hipertrofia.”
Fernando Scherer, o Xuxa, ex-nadador olímpico
 
CONHECIMENTO PRÉVIO
 
Resultados a médio prazo. Você leva um pouco mais de tempo para notá-los em comparação aos obtidos na sala de musculação. A ação da gravidade dentro d’água é menor, no entanto isso gera impacto menor sobre suas articulações. “É um treinamento mais seguro, trabalha os músculos de forma global e promove estabilidade corporal maior, pelo desenvolvimento da região central do corpo”, a/ rma Urizzi de Lima. Segundo o professor, os iniciantes que se exercitam três vezes por semana conseguem ver os resultados em oito semanas. O treino dentro da piscina é ideal se você está lesionado ou sem pique para malhar numa sala fechada.
Academia aquática. Para transformar sua piscina em uma sala de musculação, você pode explorar dois tipos de treinamento:
NA HORIZONTAL É o trabalho mais desenvolvido com atletas profissionais, pois exige técnicas de natação. “Normalmente realizamos um treino de ‘tiro’ – nados de curta duração em alta intensidade, muitas vezes usando o extensor (elástico preso à borda da piscina) para aumentar a sobrecarga. O importante é não ultrapassar a duração de 30 segundos a um minuto, ou então 50 metros de distância em cada tiro”, observa Urizzi de Lima. Segundo ele, os estilos peito e borboleta são os que mais desenvolvem força, pois enfrentam resistência frontal maior. “Nadadores especializados em um deles em geral são mais musculosos.”
NA VERTICAL É possível explorar alguns exercícios em pé ainda pouco conhecidos. Além de realizarem um trabalho mais localizado, você não precisa nem saber nadar, já que a piscina precisa dar pé. Muitos deles procuram reproduzir algumas seqüências comuns da academia. “Quanto maiores a amplitude e a profundidade em que os movimentos são feitos, maior a sobrecarga do exercício”, orienta o professor. Por isso, é possível trabalhar de forma menos intensa mais próximo à linha d’água.
 
Treino requer equipamento – kit pode ser encontrado no comércio ou na internet
Para potencializar o esforço durante o movimento, use dois tipos de acessório: os flutuadores, cuja densidade menor age contra o empuxo, e os resistíveis, que aumentam a área de superfície dentro d’água. Todos são encontrados em lojas especializadas de esportes aquáticos e em academia. Na internet, compre pelos sites www.proswin.com.br ou www.aquamar.com.br.
 
RESISTÍVEIS

Extensor Conjunto de elástico e cinta para ser preso ao corpo. Existe em tamanhos e níveis de tensão variados. Para uma piscina de 15 a 20 metros, use um com no mínimo 5 metros e de calibre 202, que permite certa elasticidade. Custa entre 125 e 220 reais.
Palmares e luvas Aumentam o esforço pela maior resistência na água. Os palmares são mais indicados, pois algumas luvas tendem a absorver o líquido e pesar mais na mão. O preço dos palmares varia de 17 a 42 reais. E o das luvas de neoprene ou silicone, de 39 a 50 reais.

Nadadeiras Precisam dar boa mobilidade. Use as de natação, que são mais curtas que as de mergulho. De 105 a 145 reais.
 
FLUTUADORES

Prancha Funciona como acessório fluutuador e resistível ao mesmo tempo. Dê preferência às grandes, que aumentam mais a área de superfície e com isso a resistência. Valem entre 17 e 25 reais.

Halteres Feitos de espuma de EVA (etileno vinil acetato), não pesam quase nada fora d’água, mas criam boa resistência quando submersos. Por isso, prefira os maiores. O par custa em média 52 reais.

Aquatubo Também conhecido como espaguete, é feito de espuma e serve como apoio, principalmente para os pés. Preço médio da unidade: 9 reais.
 
PROGRAMA DE EXERCÍCIOS
 
1 PARA PEITO, COSTAS E TRÍCEPS
Acessórios: elástico e palmares ou luvas.
Movimento: em pé, ande rápido contra o elástico, realizando a braçada do nado peito com palmares ou luvas.
Frequência: quatro séries de um minuto cada uma. Descanse de um a três minutos entre cada série.
Atenção: mantenha sempre os cotovelos dentro d’água e faça o afastamento dos braços na linha dos ombros. É necessário que a piscina tenha certa profundidade para que apenas a cabeça / que fora d’água.
 
2 PARA PEITO, BÍCEPS, TRÍCEPS E COSTAS

Acessórios: elástico, palmares e nadadeiras.

Movimento: braçada submersa de crawl, no sentido horizontal, estimulando a resistência do elástico preso na cintura.

Frequência: quatro séries de um minuto cada uma. Descanse de um a três minutos entre elas.

Atenção: a técnica exige conhecimento mínimo de natação. Nesse exercício, é importante que a recuperação da braçada, normalmente feita fora d’água, seja realizada dentro da piscina. É isso que diferencia um treinamento de força da simples natação.
 
3 PARA COSTAS, OMBROS E PEITO
Acessórios: halteres.
Movimento: em pé, com os antebraços 2 exionados a 90 graus e o corpo submerso até o pescoço, faça a rotação externa e interna dos braços.
Frequência: duas séries de oito repetições com intervalo de 15 a 30 segundos entre elas.
Atenção: quanto maiores a amplitude do movimento (abertura) e a profundidade dos halteres na água, maior a sobrecarga do exercício.
 
 
4 PARA TRÍCEPS
Acessórios: prancha ou tapete de EVA.
Movimento: empurrar para baixo (na direção do fundo da piscina) o material 2 utuante.
Frequência: de quatro a cinco séries de movimentos com duração de um minuto cada uma.
Atenção: quanto maior a área de superfície do material, maiores a resistência e a sobrecarga do exercício. Pode ser feito por iniciantes com duas pranchas individuais ou com o tapete de EVA.
 
5 PARA PERNAS (GLÚTEOS, PANTURRILHAS E QUADRÍCEPS)
Acessórios: nadadeira e prancha.

Movimento: pernada de crawl.
Frequência: duas séries de 600 metros cada uma (equivale a 24 “piscinas” de 25 metros). Descanse de um a três minutos entre cada série.

Atenção: para aumentar a resistência da água, segure a prancha à frente na vertical enquanto você bate forte as pernas. Ao usar as nadadeiras, dê mais amplitude ao movimento das pernadas para aumentar o esforço.
 
6 PARA PEITO E BÍCEPS

Acessórios: halteres e aquatubo.

Movimento: na posição horizontal, com os pés apoiados no aquatubo, faça os exercícios de bíceps (rosca direta), flexionando os braços sem tirar os halteres de dentro d’água.

Frequência: duas séries de oito repetições com intervalo de 15 a 30 segundos entre elas.

Atenção: sem o aquatubo, o exercício pode ser feito também na vertical, inclinando o tronco para a frente. Coloque um pé mais à frente para ter mais estabilização.
 
7 PARA TRÍCEPS E PUNHOS

Acessórios: palmares.

Movimento: em pé, com os palmares e os braços submersos, empurre a água para trás com as mãos ao realizar o 4 m da braçada.

Frequência: de quatro a cinco séries de movimentos com duração de um minuto cada uma delas.

Atenção: para dar mais ênfase aos tríceps, mantenha os cotovelos próximos ao tronco. Quando afastados, você trabalha também os ombros.
 
8 PARA QUEM NADA

Quatro tiros de 50 metros a 90% de sua freqüência cardíaca máxima, com um minuto de descanso entre eles, no nado peito ou no nado borboleta. Quem está bem condicionado pode fazer uma série de cada estilo. E os iniciantes, uma série de 25 metros de um deles. Ao usar o extensor, não ultrapasse o tempo de um minuto em cada tiro.

http://menshealth.abril.com.br/fitness/natacao/ganhe-forca-na-agua/5/

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014